"Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato."

Lewis Carroll






quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A Neura

Muitas horas por semana, às vezes por dia, a neura vem me visitar. Ela chega de supetão e me deixa louca com suas idéias sobre as coisas e sobre o mundo. Ela tem o perfeito dom de questionar minhas certezas, lembrar o que eu preferia esquecer, me fazer sentir culpa por comer um docinho, ver mil defeitos em mim e nos outros.
Entre essas e outras “habilidades” da minha companheira temporária, aquilo que mais detesto é quando ela consegue desequilibrar minhas decisões e desnudar a face insegura que também mora em mim. Vejo a insegurança um ponto fraco, pois um constante enfrentamento precisa ser realizado para superar alguns temores gerados a partir dela e, quando a sinto próxima sinto-me a pessoa extrovertida mais envergonhada que conheço, a pessoa determinada mais indecisa e, por aí vai.
A neura bate em horas inesperadas, por razões variadas, mas já não me atinge da mesma forma e, em todas as situações que antes me atormentavam. Percebo-a mais caracterizada como um conflito interno, pois tento reprimi-la e desconsiderá-la ao máximo, já que sei que a realidade é muito mais simples do que parece e, nós que complicamos as coisas na maioria das vezes.
Uma das vertentes clássicas da neura, além da insegurança, é a cobrança (que não deixa de ser insegurança), esta, por exemplo, aboli quase que na totalidade. Acredito que temos que ser exigentes com aquilo que realizamos, com aquilo que somos, com o que falamos e com a maneira que agimos (resumindo: ética e coerência EXERCÍCIO FUNDAMENTAL), isso antes de qualquer coisa e a partir daí escolher com quem queremos compartilhar este “todo”. É preciso apostar e permitir-se muitas vezes, mas com os pés no chão e a clareza de que nem todos têm os mesmos valores/ações/reações. Assim o(s) momento(s) torna-se mais proveitoso e o pós, quando diferente do desejado, impacta de modo menos prejudicial ou marcante negativamente.
Aceitar e apostar na inteligibilidade e determinação das pessoas, entendendo que suas escolhas são SIM pensadas e suas ações são reflexo dos seus desejos mais sinceros é o que abstrai minha necessidade de cobrar, buscar qualquer tipo de explicação, por exemplo.

“Leve os jovens a enxergar os singelos momentos, a força que surge nas perdas, a segurança que brota no caos e, a grandeza que emana dos pequenos gestos!” (Augusto Cury)



Beijos!

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