"Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato."

Lewis Carroll






sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Dói no bolso

Depois de um período eleitoral, onde os piores exemplos de debates e respeito foram explorados, a vida retomou sua normalidade. Agora estamos aguardando a composição de um novo governo federal, acompanhando intenções boas e negativas sobre os novos rumos do país.Como: a reativação da CPMF, aumento do salário mínimo, andamento das obras do PAC, entre outros.
O foco talvez esteja lá, em Brasília, mas quero salientar a minha (e de muitos) preocupação com a cidade de Novo Hamburgo no que diz respeito ao transporte público.
Penso que avanços na cidade têm ocorrido em diversas áreas, onde a atenção para questões antes não visualizadas estão aparecendo com novas creches, postos de saúde, saneamento, urbanização de áreas críticas em regiões do Bairro Canudos, construção de praças, entre outras medidas. Eu, como moradora, como cidadã, tenho ficado satisfeita com estas melhorias, mas gostaria de expor a questão de tamanha importância e delicadeza no meu entendimento,neste momento, o transporte público.
A cada ano temos reajustes consideráveis na passagem de ônibus, comprometendo parte significativa dos nossos salários para este, cuja sua utilização se faz essencial quando não dispomos de carro, por exemplo. Resido no bairro Canudos e trabalho no bairro Vila Nova, assim para realizar meu deslocamento demoro cerca de 1 hora, as vezes mais, num trecho que de carro faria em 12 minutos. Utilizo dois ônibus para ir ao trabalho e dois ônibus para voltar. Geralmente o ônibus esta lotado, onde nos "empoleiramos", para que o próximo posso subir. Por vezes, o veículo estraga, ou então encontra-se em péssimas condições, outras tenho a sorte de embarcar num ônibus em estado perfeito de uso. Gasto R$ 8,80 por dia, R$ 44,00 por semana, R$ 176,00 por mês, recebo da minha empregadora um salário mínimo e meio, onde ainda preciso arcar com meus estudos e, outras despesas.
Com a notícia abrupta de reajuste um ano após o último valor estabelecido, sinto-me desrespeitada. Em primeiro lugar, pela promessa de transporte INTEGRADO e de QUALIDADE, ter virado lenda. Em segundo lugar: Pela forma que o assunto veio a tona, sem qualquer discussão, ou explicação, aparecendo de supetão na página do jornal. Em terceiro lugar, pelo aumento em si que não faz juz com o que nos é oferecido. Em quarto lugar, pela triste sensação de impotência/desrespeito que sinto vendo medidas básicas do meu cotidiano sendo determinadas de maneira hierárquica, sem levar em consideração o trabalhador.
Ressalto que faz um ano que aumentaram 10%, agora mais 6,8%. Resultando em 16,8% de aumento em um ano. Meu salário aumentou 5%. Para muitos, este assunto pode ser desconsiderado, ou visto como pequeno, mas como pertencente a esta comunidade sinto-me no direito de demonstrar minha indignação.
O desrespeito se mostra ainda mais forte quando a preocupação com a opinião pública é anulada.
Então, em meados deste novembro, véspera do mês natalino, expresso, apelo, desejo, que não vivamos só de promessas.

Beijos

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