"Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato."

Lewis Carroll






segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A, B ou C?

Um carro precisa de combustível, um corpo de alimento e uma mente?

Penso que o combustível para a mente e consequentemente o corpo é a dúvida, pois a partir dela entre medos e superstições, escolhemos caminhos, formulamos teorias, pagamos para ver. Quando estou em dúvida, sempre penso que gostaria de saber a escolha mais oportuna e promissora, as palavras certas, os gestos, as ações, pois a insegurança amedronta como tudo aquilo que é desconhecido. Porém quando as situações "chave" passam, tenho a sensação nítida, mesmo que envolta a descontentamento por alguma frustração, por exemplo, que foi válido, pois acrescentou coisas, ensinou e pode me tornar um pouco mais humilde e sábia. Com isso não afirmo que jamais alteraria alguma atitude, mas reconheço que cada erro resultou, e resulta, em acertos futuros ou imediatos, ou seja, tornam-se inevitáveis para a formação, ou deformação hehe, do caráter. Humano é aquele que reconhece as falhas e busca modificá-las.
Entre os ingredientes desse combustível principal chamado dúvida, exigi-se ainda a coragem, a reflexão, a ousadia, a "pesquisa" e claro, a prática. Quando acabarem as dúvidas talvez acabe a paixão, o frio na barriga, os “best sellers", a curiosidade, as surpresas. Claro segurança é ótimo, mas ela não pode invadir o campo dos pequenos mistérios, pois quando isso acontece a magia acaba e qualquer tipo de individualismo, saudável, é exterminado.
Temos pressa, queremos respostas rápidas, um livro de auto-ajuda pra cada campo da vida, quando o que realmente vale é viver. A partir disso defendo o pensamento, o questionamento dos modelos prontos, ousadia e, algo que talvez auxilie para não causar arrependimento nos processos de decisão e tomada de atitude, agir com os outros da mesma maneira que gostaria de ser tratado. É difícil, às vezes quando saio da presença de alguém e percebo que deixei de ser tão agradável como gostaria que fossem comigo, fico um pouco decepcionada, mas agradeço (ao universo) por geralmente ter outras oportunidades, ou então de poder me despir de orgulho, reconhecer e mudar (que é sinal de lição aprendida).
Cada dúvida que enfrento me faz mais viva. Ensina, por vezes gera prazer, em outras é desastrosa, engraçada, triste, quase previsível. Mas certamente o melhor é quando torna-se surpreendente e, mesmo que o objetivo (a opção) pareça impossível ou o caminho muito árduo, tudo acaba se ajeitando, e como...



Bjo, bjo!

Um comentário:

Vitória Bernardes disse...

Muito bom! Devia ter lido bem antes... hahaha