"Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato."

Lewis Carroll






domingo, 1 de agosto de 2010

E não é?

Não sou deste mundo, ou ando muito rebelde! AHUSHAUSHUA

Se formos fazer uma análise nas redes sociais, ou observarmos as pessoas nos shoppings ou baladas de maneira fria e sem muito conhecimento dos sujeitos, certamente pensaremos: "Nossa, esse cara ou essa guria tem muitos amigos!", pois o número de depoimentos, beijos, fotos, entre outros, que os mesmos trocam são absurdamente imensos e, se multiplicam com uma facilidade incrível. Pois é... mas o que estranho é que a maioria só consegue exprimir uma frase: "te amo", não evoluem se quer observações a respeito do indivíduo em questão, ou então tiram fotos com os mesmo biquinhos sendo que os personagens são quase desconhecidos (claro, depois da foto tornam-se íntimos...). Será que temos banalizado muito os sentimentos? Misturado parceria com amizade? Se isso ocorre é sinônimo de insegurança ou o amor realmente está transbordando? Olha, se for a segunda opção não é em mim que esta "dádiva" tem ocorrido.
Talvez a velocidade que o mundo tem girado esteja proporcionando uma insegurança desmedida nas pessoas, gerando medo de perder, ver-se só, receio de que suas certezas também mudem da mesma maneira que trocamos de roupa. Será que os fantasmas do mundo descartável esta assombrando os viventes de tal forma que precisam se assegurar e rodear de pessoas?
Questiono-me se são suficientes alguns dias, momentos, telefonemas, "visões" ou a simples convivência, forçada ou não, para despertar o sentimento sincero do amor. Acredito que não, mesmo pouco sabendo sobre o que é este sentimento, em minha busca para definí-lo e percebê-lo o vejo como um apanhado de sentimentos e sensações. Cujos seus ingredientes principais são muita confiança, afinidade, admiração, euforia, pitadas de loucura, alegria intensa, desejo, sinceridade, amizade... Enfim, olhando pra todos estes adjetivos será possível amar alguém da noite pro dia? Talvez a vida me mostre que sim, mas no momento isso é inconcebível a partir do modo que enxergo a vida e, confesso que pessoas que são tão "intensas"e instantâneas neste quesito me assustam, e acabam demonstrando uma banalização, uma insegurança que é suficiente pra causar-me afastamento ou simplesmente descrença em suas palavras. Penso que na era em que todo mundo parece se amar, é a era da insegurança, pois todo mundo PARECE, mas poucos sentem-se amados de fato. Poucos tem um ombro amigo e verdadeiro, poucos tem amigos além das festas, poucos tem consolo, companhia, experiências com pessoas que realmente demonstram em cada olhar o quanto se preocupam e te amam independentemente de tudo o que pode acontecer. Sei que posso ser exigente demais nestas observações, mas acredito no amor que é construído aos poucos, não importando onde aquela afinidade inicial surge.

Digo NÃO a banalização do amor! E alerto: palavras fofas e sorrisos não são suficientes pra balançar meu coração...

Um comentário:

Renata Matos disse...

Que orgulhinho hein dona BRuna? Pefeito o que tu escreveu, concordo plenamente e deixando bem claro que o meu amor por ti, minha grande amiga sempre foi muito sincero.
Beijos, Rê