"Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato."

Lewis Carroll






segunda-feira, 20 de agosto de 2012


Pegadas dispensáveis

Nos finais de semana gosto de aproveitar os belos locais próximos à natureza que temos no nosso Rio Grande do Sul. Me orgulho em dizer, inclusive, que temos belezas especiais e ambundantes no "quintal" de casa, proporcionando um lazer a ceú aberto revigorante e encantador.
Explorando a verde e misteriosa serra, os caminhos do mar ou até mesmo nossa requintada e histórica capital, nos deparamos sempre com algo novo, que toca os olhos e especialmente o coração, provocando sentimentos incapazes de serem traduzidos em fotos, muitas vezes.
Porém, apesar destas maravilhas arquitetadas pela natureza ou pelo homem ainda existirem e causarem admiração, a revolta também se torna um sentimento presente nas visitas aos locais que tenho passado. Isso, graças as pegadas deixadas através de lixos, ao invés de apenas marcas de passos.
Por mais difícil que seja o acesso a uma localidade, ou mais intocável que qualquer região demonstre ser, nunca temos a sensação de estarmos sós, pois acabamos sendo acompanhados, se não por pessoas, por embalagens de refrigerantes, fraldas, garrafas (pet e de vidro), roupas velhas e até mesmo artigos usados para a preparação do tão programado e desejado churrasco.
Cada pessoa que deixa uma butuca de cigarro no chão, ou um destes ou outros resíduos vistos como descartáveis, pensa que: "É só uma garrafa, é só um pedaço disso, é só UM/UMA..." Esquece que se cada visitante que passar por ali deixar seu lixo, aquele belo espaço se tornará um imenso lixão, impedindo a contemplação da natureza ou um delicioso banho de cachoeira.
Se o lixo consegue ser levado sem culpa até os lugares mais afastados e de difícil acesso, imagine se estas ruas que permitem a aproximação das belas terras fossem asfaltadas?!
Sei que este é um pensamento que parece excluir a vontade (que acredito que tenham) os poucos moradores próximos a estas regiões, mas vendo a audácia e o desrespeito que muitos dos homens que pisam nestes ambientes possuem, temo para quando for facilitado o acesso e a presença humana for maior.
 Claro que sabemos que independente de se ter um bom ou péssimo meio de chegar aos locais, o que precisa mudar antes de tudo é a consciência individual e coletiva sobre a  importância da preservação, pois tudo é nosso e, tudo pode nos oferecer muito se retribuirmos com o mínimo de cuidado.
Porém, vemos que apesar de todos saberem que é preciso respeitar a natureza, o pensamento egoísta prefere esquecer seus pequenos deveres.

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