Pegadas dispensáveis
Nos finais de semana gosto de aproveitar os belos locais
próximos à natureza que temos no nosso Rio Grande do Sul. Me orgulho em dizer,
inclusive, que temos belezas especiais e ambundantes no "quintal" de
casa, proporcionando um lazer a ceú aberto revigorante e encantador.
Explorando a verde e misteriosa serra, os caminhos do mar ou
até mesmo nossa requintada e histórica capital, nos deparamos sempre com algo
novo, que toca os olhos e especialmente o coração, provocando sentimentos
incapazes de serem traduzidos em fotos, muitas vezes.
Porém, apesar destas maravilhas arquitetadas pela natureza
ou pelo homem ainda existirem e causarem admiração, a revolta também se torna
um sentimento presente nas visitas aos locais que tenho passado. Isso, graças
as pegadas deixadas através de lixos, ao invés de apenas marcas de passos.
Por mais difícil que seja o acesso a uma localidade, ou mais
intocável que qualquer região demonstre ser, nunca temos a sensação de estarmos
sós, pois acabamos sendo acompanhados, se não por pessoas, por embalagens de
refrigerantes, fraldas, garrafas (pet e de vidro), roupas velhas e até mesmo
artigos usados para a preparação do tão programado e desejado churrasco.
Cada pessoa que deixa uma butuca de cigarro no chão, ou um
destes ou outros resíduos vistos como descartáveis, pensa que: "É só uma
garrafa, é só um pedaço disso, é só UM/UMA..." Esquece que se cada
visitante que passar por ali deixar seu lixo, aquele belo espaço se tornará um
imenso lixão, impedindo a contemplação da natureza ou um delicioso banho de
cachoeira.
Se o lixo consegue ser levado sem culpa até os lugares mais
afastados e de difícil acesso, imagine se estas ruas que permitem a aproximação
das belas terras fossem asfaltadas?!
Sei que este é um pensamento que parece excluir a vontade
(que acredito que tenham) os poucos moradores próximos a estas regiões, mas
vendo a audácia e o desrespeito que muitos dos homens que pisam nestes
ambientes possuem, temo para quando for facilitado o acesso e a presença humana
for maior.
Claro que sabemos que
independente de se ter um bom ou péssimo meio de chegar aos locais, o que
precisa mudar antes de tudo é a consciência individual e coletiva sobre a importância da preservação, pois tudo é nosso
e, tudo pode nos oferecer muito se retribuirmos com o mínimo de cuidado.
Porém, vemos que apesar de todos saberem que é preciso
respeitar a natureza, o pensamento egoísta prefere esquecer seus pequenos
deveres.
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